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Quando o destino da viagem é encontrar pessoas

Crônicas de uma Yoguini segue os afetos como rota de encontros que incluem um professor de cerâmica, motivo de viagem e de saudade.


Foto: Arquivo pessoal de Andrea Hughes, em julho de 2025
Foto: Arquivo pessoal de Andrea Hughes, em julho de 2025

(Andrea Hughes, de Crônicas de uma Yoguini) 


Minha mãe sempre teve a filosofia lá em casa de que as filhas devem ter direitos iguais. Então, há uns anos, ela fez uma viagem com a minha irmã mais velha, depois outra com a minha irmã mais nova e, logo, havia chegado a minha vez.


Daí ela me fez a pergunta de milhões: – filha, para onde você quer ir? E eu, sem pensar muito a respeito, respondi que viajar para mim, vai muito além de conhecer lugares, viajar é, sobretudo, sobre encontrar pessoas. Pensamos então, em quem poderíamos encontrar, e decidimos viajar para que eu conhecesse a família americana dela.


Mas, enfim, esta crônica não é sobre viagens, e sim sobre encontros. Sobre afetos. No final de 2024, minha irmã mais nova, Alexia Hughes, participou de uma feira vendendo seus bolos de chocolate belga sensacionais, @docepoesia.alexia. Foi a primeira feira dela. Ajudei com os detalhes nos dias anteriores e, durante o evento, fui prestigiá-la e acabei ficando um tempo no estande dela. Foi quando um dos expositores, @tepalcatlarteceramica, passou por lá, comprou um bolo e contou que vendia cerâmicas. Nosso santo bateu no mesmo instante. Perguntei se ele dava aulas, e ele respondeu que sim. Saí dessa feira decidida: Gilson seria meu professor de cerâmica.


Em pouco tempo, já estava no ateliê dele para conhecer o espaço. Amei. Começamos as aulas no início de janeiro de 2025. O ateliê ficava nos fundos de uma casa no Lago Norte, super iluminado, de frente para uma piscina, um jardim bem gostoso e uma trilha sonora espetacular. Passado um mês, começamos a trocar as aulas de cerâmica por aulas particulares de yoga, o combo perfeito para as quintas à tarde: cerâmica + yoga.


Foto: Arquivo Pessoal de Andrea Hughes, em julho de 2025
Foto: Arquivo Pessoal de Andrea Hughes, em julho de 2025

De janeiro até hoje, final de julho, fiquei tão encantada com o processo da cerâmica que não faltei nenhuma aula. Quando adoeci ou viajei, repus o mais rápido possível. Gilson virou Gil. Entramos, pouco a pouco, um no universo do outro. Nasceu uma amizade super especial. E, de repente, não mais que de repente, veio a notícia de que ele teria que voltar para Uberlândia por motivos intransponíveis. E eu já estou morta de saudades.


Foto: Arquivo Pessoal de Andrea Hughes, em abril de 2025
Foto: Arquivo Pessoal de Andrea Hughes, em abril de 2025

Passei o último mês encontrando pretextos para voltar ao ateliê, organizei uma festa surpresa de aniversário e de despedida, fui ajudar a colocar as peças no forno, a tirar, como quem tenta prolongar o tempo. Tudo vontade de estar perto. Porque sigo acreditando que o mais bonito da vida ainda são as pessoas que ela coloca no nosso caminho. E sim, vou viajar para Uberlândia, mas não pelo destino em si, mas porque é lá que estará Gil, sua família e tudo o que nasceu entre a gente.


Foto: Arquivo pessoal de Andrea Hughes, em agosto de 2025
Foto: Arquivo pessoal de Andrea Hughes, em agosto de 2025

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